brasileiros já apostaram mais de US$ 6.9 bilhões em 2023, aponta levantamento

Daniel Costa

Dentre o total apostado neste ano no Brasil, US$ 1,5 bilhão foi referente a remuneração paga às casas de apostas situadas fora do país.

O número representa um crescimento 13 vezes maior em relação aos US$ 489 milhões apostados nos sete primeiros meses de 2022

O valor enviado por brasileiros para sites de apostas no exterior em 2023 já ultrapassa os US$ 6,9 bilhões, o equivalente a R$ 33,5 bilhões utilizando a cotação do dólar desta quarta-feira (20). O levantamento foi feito pelo site Aposta Legal.

Os dados são do balanço de pagamentos do Banco Central, referentes ao período entre janeiro e julho deste ano. O número representa um crescimento 13 vezes maior em relação aos US$ 489 milhões apostados nos sete primeiros meses do ano passado.

Brasileiros já apostaram mais de US$ 6,9 bilhões em 2023, aponta levantamento
Brasileiros já apostaram mais de US$ 6,9 bilhões em 2023, aponta levantamento

Dentre o total apostado neste ano, US$ 1,5 bilhão foi referente a remuneração paga às casas de apostas situadas fora do país.

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No mesmo período, o Brasil recebeu US$ 5 bilhões em remessas que incluem premiações a apostas vencedoras.

Crescimento Do Mercado

Para o advogado e vice-presidente da Comissão Especial de Direito dos Jogos Lotéricos, Esportivos e de Entretenimento da OAB Nacional, Milton Jordão, houve uma mudança em relação à visão dos brasileiros sobre o mercado de apostas nos últimos cinco anos, desde a aprovação da Lei de nº 13.756, de 2018.

“A gente passou a entender que o jogo pode ser uma forma de diversão e, para alguns, até de ganhos de valores. Começa a se ter uma visão diferente do que se tinha, e é um mercado extremamente lucrativo”, comentou.

Dentre o total apostado neste ano no Brasil, US$ 1,5 bilhão foi referente a remuneração paga às casas de apostas situadas fora do país.
Dentre o total apostado neste ano no Brasil, US$ 1,5 bilhão foi referente a remuneração paga às casas de apostas situadas fora do país.

Ele, no entanto, se preocupa que a carga tributária prevista no PL 3.626 possa desacelerar esse processo de crescimento e estimular mercados de apostas secundários e ilegais.

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O projeto de lei, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, prevê uma alíquota fixa de 18% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR) das casas de apostas. Também é prevista a tributação dos apostadores pessoas físicas em 30%, com isenção para valores abaixo de R$ 2.211.

“Não ter imposto é ruim, mas ter muito também é, porque valoriza um mercado cinza, que já existe. A proposta da lei é termos mais segurança jurídica”, completou o advogado.

Potencial De Arrecadação

A expectativa do Ministério da Fazenda é que a regulamentação do mercado de apostas esportivas traga uma arrecadação de R$ 2 bilhões apenas no primeiro ano.

Usando os dados do Banco Central para calcular o GGR (que representa o total recebido pelas casas de apostas menos os prêmios pagos), a arrecadação neste ano já teria sido de R$ 1.658 bilhão.

O número, contudo, não é exato, já que, de acordo com o Banco Central, o valor das remessas considera também outras transferências e outros serviços.

Para Milton Jordão, a economia brasileira só perde enquanto se passa o tempo para a regulamentação do mercado.

“A gente precisa realmente regulamentar, com essa demora só quem perde é o país. Precisamos tentar criar um espaço que garanta ao operador da casa de aposta a tranquilidade de que ele vai ter um mercado frutífero, porque se não não vai adiantar nada, vai se ter um mercado paralelo. O grande desafio que o estado vai ter é evitar esse mercado paralelo”, afirmou.

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