A regulamentação do setor de apostas esportivas no Brasil está gerando grande interesse entre investidores e impulsionando a consolidação da indústria, de acordo com uma pesquisa recente conduzida pela Hand, uma assessoria independente especializada em vendas, compras e gestão de empresas.
O estudo revela que o mercado de apostas esportivas, popularmente conhecido como ‘bets’, testemunhou um crescimento impressionante de mais de 160% nos últimos dois anos, com quase 500 empresas atuando no país.
No cenário global, a Europa lidera o mercado de apostas esportivas online, com uma fatia de 40% a 45%, seguida pela Ásia com 30%. As Américas, por sua vez, respondem por uma parcela menor, com a América do Norte representando cerca de 15% a 20% e a América do Sul contribuindo com 10%. Entretanto, a regulamentação em países como o Brasil e a Colômbia está posicionando a América do Sul para um crescimento significativo.
A recente aprovação da Medida Provisória nº 1.182 pelo Governo Federal em julho de 2023 trouxe a regulamentação para as empresas de apostas esportivas, estabelecendo a necessidade de uma Licença de Funcionamento, avaliada em R$ 30 milhões para um período de 5 a 10 anos, sujeita a análise, além de requisitos de pagamento de impostos.
José Venâncio, sócio da área de Fusões e Aquisições da Hand, compartilha sua perspectiva sobre o cenário:
“Enquanto o mercado global de apostas cresce a taxas de aproximadamente 10% ao ano, o mercado brasileiro está exibindo taxas superiores a 90% no mesmo período. Isso nos leva a crer que, em um futuro próximo, o mercado de apostas no Brasil poderá representar até um quinto do faturamento mundial.”
No contexto nacional, as inovações tecnológicas, como o PIX, estão simplificando o acesso dos apostadores às plataformas e ampliando o potencial de receita, além da vasta população brasileira, da cultura digital robusta e a paixão pelo futebol, o mercado de apostas esportivas apresenta um imenso potencial.
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Além da Licença de Funcionamento, os regulamentos incluem impostos sobre a Receita Bruta de Jogos (Gross Gaming Revenue – GGR), com uma alíquota de 18%, bem como um Imposto sobre o Apostador, que cobrará 30% de Imposto de Renda sobre ganhos acima de R$ 2.112,00.
Enquanto os principais players do mercado permanecerão, a regulamentação também abre portas para investidores e grandes grupos internacionais listados em bolsa. Venâncio explica:
“Estimamos que cerca de 15% das empresas atuais terão a capacidade financeira para se adequar a essa nova realidade regulatória. Isso cria uma janela de oportunidade para investimentos, uma vez que os investidores estão mais confiantes em alocar recursos em um setor formalizado. As empresas que não possuem a estrutura e capital necessários para se adaptar à legalização provavelmente serão absorvidas, o que contribuirá para a consolidação do mercado de apostas brasileiro, incluindo a entrada de grandes grupos globais por meio da aquisição de concorrentes locais.